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12/04/2024
*Rafael Cervone**


Este ano h uma clara percepo do aumento da preocupao dos brasileiros com a criminalidade, principalmente nas grandes cidades, como So Paulo, nas quais vm ocorrendo casos estarrecedores. O temor popular coerente com os nmeros recm-divulgados dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) no Pas. Em 2023, foram 40.429 homicdios dolosos, latrocnios, feminicdios e leses corporais seguidas de mortes, segundo os dados oficiais dos estados e do Distrito Federal tabulados pelo Sistema Nacional de Informaes de Segurana Pblica, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munies, de Material Gentico, de Digitais e de Drogas (Sinesp).

No comparativo com 2022, houve reduo de 4,17%, mas no h tanto o que comemorar, pois estamos falando de um contingente superior a 40 mil vidas perdidas em um ano, e cada uma delas importa muito. Os nmeros so superiores aos de vrios confrontos blicos entre naes, num Brasil que, desde a Segunda Guerra Mundial, tem vivido em paz com todos os povos. Precisamos encontrar solues para o grave problema, pois um empecilho concreto ao nosso desenvolvimento.

Alm dos irreparveis bitos, assustador constatar que as empresas gastam R$ 171 bilhes anuais com sistemas e medidas de segurana privada para tentar prevenir roubos e outras ocorrncias. O valor foi equivalente a 1,7% do PIB em 2022, ltimo exerccio com as estatsticas completas disponveis. o que aponta um estudo do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (Ipea), inserido no Atlas da Violncia.

O contrabando, o descaminho e as falsificaes de produtos, em outra vertente corrosiva do crime, causaram perdas de R$ 410 bilhes ao Brasil em 2022, conforme demonstra o Frum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). Tais prticas prejudicam muito numerosos setores da indstria e do varejo, causam desemprego, afetam a competitividade da economia formal e provocam grande perda de arrecadao tributria, tirando da sociedade recursos que poderiam ser aplicados em reas como o ensino e a sade e na reduo do dficit fiscal.

A criminalidade e a violncia tm vrias e complexas causas em nosso pas, como a excluso socioeconmica, o baixo nvel educacional, a evaso escolar ainda elevada, de modo mais acentuado entre os adolescentes, e o avano das faces organizadas e milcias envolvidas no trfico de drogas e armas e na explorao ilegal de servios. No se resolve tudo isso da noite para o dia, mas cabe ateno prioritria na busca de solues.

Precisamos, em carter de urgncia, estruturar uma poltica de Estado eficaz, com unio de esforos e sinergia entre os governos municipais, estaduais e federal, com uma perspectiva de resultados pelo menos de mdio prazo. O combate e a represso mantidos nas respectivas instncias de competncia pelas polcias federal, militar e civil, a despeito do grande esforo dessas corporaes, mostram-se insuficientes para o enfrentamento da triste realidade. Por isso, crucial um plano estruturado para reduzir de maneira expressiva os ndices atuais e conter a escalada do crime, que no pode continuar disseminando luto, medo e imensos prejuzos em nosso pas.

**Rafael Cervone,* engenheiro e empresrio, o presidente do Centro das Indstrias do Estado de So Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federao das Indstrias do Estado de So Paulo (Fiesp).

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